19 de dezembro de 2008

A história de um aluno

A mensagem abaixo não é de minha autoria. Recebi como sendo de autor desconhecido. Mas isso não é o mais importante. O que importa é seu conteúdo.

Toda vez que leio lembro do tempo que lecionava em uma Faculdade da Grande São Paulo e todo sentido que o texto tem.


A HISTÓRIA DE UM ALUNO

Quer saber qual a maior bronca que já levei na vida? Vou contar.

Tínhamos uma aula de Prática de Gestão na faculdade logo após a semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. O professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.

Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Continuamos no papo como se o professor não estivesse lá, afinal a conversa sobre as aventuras do feriado parecia muito mais interessante que qualquer assunto da matéria, (pelo menos era a impressão do momento!).Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente. Não adiantou, ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.

Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei. Veja o que ele falou. Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez, disse, levantando a voz. Um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala e o professor continuou. Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós, professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada cem alunos, apenas cinco são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil. O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção, notarão que de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença; de cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; e podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.

É uma pena muito grande não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível, eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora, então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo sabendo Ter investido nos melhores. Mas, infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso.

Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje. Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Prática de Gestão durante todo o semestre; afinal quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte do resto?

Hoje não me lembro muita coisa das aulas de Prática de Gestão, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos. Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, seguramente sobraremos na turma do resto.

2 comentários :

  1. Rogerío, belo texto. Traz um grande pensamento sobre como produzimos pessoas medíocres e o quanto precisamos ficar atentos para não nos tornarmos assim.

    ResponderExcluir
  2. Rogério eu conhecia esse texto e não sabia que era de sua autoria, ele chegou até mim em forma de mensagens de power point e o achei muito interessante mesmo. Diria mesmo consolador.
    Sou professora e sei o que é buscar motivar uma classe desinteressada.

    ResponderExcluir

PALESTRANTE ROGERIO MARTINS | IMPORTANTE | LEIA ABAIXO ANTES DE COMENTAR:
.: Todos os comentários são lidos e moderados previamente.
.: Serão recusados comentários com conteúdo ofensivo ou discriminatório, fora do tema ou assunto da postagem, anônimos ou com simples divulgação e pedidos de parceria.

Cadastre-se no Boletim