11 de abril de 2011

Competência não basta: a era do profissional 2.0

Palestrante Rogerio Martins
Estamos vivendo uma verdadeira mudança no mundo corporativo, mais precisamente no que diz respeito ao perfil do profissional moderno. Muitas transformações no ambiente de trabalho ocorreram desde a revolução industrial e, posteriormente, com a introdução maciça da tecnologia da informação. Tudo isso levou a criação do que chamo de profissional 2.0, ou seja, aquele que não precisa mais ser competente, mas midiático.

Analise a sua volta, no ambiente corporativo, o que esta mudança vem provocando. Percebeu que cada vez mais as pessoas estão ocupadas em ter seguidores, fãs, virar hit no youtube, aparecer na TV, participar de algum reality show, não apenas assistir. Filmar e aparecer. Esta é a nova ordem mundial.


Será que isso é fruto desta nova geração Y que traz consigo muitas características positivas como: rapidez de raciocínio e tomada de decisões, por exemplo. Talvez. Mas o fato é que a boa e velha competência está sendo deixada um pouco de lado.

Lembro quando vi pela primeira vez a história do menino brasileiro que foi adotado por uma família americana e mudou-se para a América do Norte. Sua vida teve uma grande transformação e através de seu esforço e dedicação dos pais adotivos tornou-se médico. Até aí nenhuma novidade. Mais uma história de superação e sucesso. Agora se eu disser que este médico não é um profissional comum, mas um "superstar" da estética e cirurgia plástica? Tornou-se celebridade nos Estados Unidos e no Brasil através de seu seu programa de tv que mostra cenas reais de sua atividade profissional, além do seu cotidiano familiar.

Outro caso nacional é do empresário da área de publicidade que virou apresentador de reality show e garoto propaganda, imitando seu semelhante americano que criou a ideia do programa tornando sua fama mundial.


Onde mora o perigo

O perigo destas situações não está em gente competente surgir na mídia e virar celebridade. O problema está exatamente no contrário: pessoas incompetentes acreditarem que basta ser midiático que tudo acontece. É preciso criar uma estrutura sólida para se lançar nesta nova plataforma profissional. Faz-se necessário conteúdo, conhecimento, preparo técnico e comportamental.

A busca pela fama imediata tem tornado profissionais medíocres em celebridades instantâneas, mas que logo desaparecem. Prejudicam os que buscam atuar com qualidade e seriedade, prostituindo o mercado onde atuam. Isso ocorre em todas as áreas profissionais, mas mais acentuadamente naquelas onde o poder da mídia é mais forte. Fazem de tudo para aparecer, feito pavões.

Será este um modelo importado ou já nacionalizado?

Analisando os diversos casos recentes, incluindo os já citados, é possível perceber que sofremos uma forte influencia da cultura americana neste sentido. Certa vez li sobre uma palestrante americana que virou uma referência por levar mais de 5 mil pessoas em suas apresentações. As palestras que apresenta mesclam show, idolatria, performance da palestrante e muita emoção. Ela leva as pessoas ao processo de catarse, onde ninguém pensa, raciocina. São levados a adoração. Isso é um grande perigo, mais um.

Lidar com as emoções das pessoas é algo extremamente delicado e que pode gerar consequências muito danosas a todos os envolvidos. Profissionais midiáticos que mexem com este segmento podem transformar cidadãos comuns em pessoas desequilibradas e até potencialmente lesivas.

Como agir neste novo mundo

Há muito o que explorar sobre esta nova realidade. É necessário saber usar. A diferença está exatamente na forma como cada um utiliza estes recursos. Não dá para ficar alienado ao que está ocorrendo. É preciso conhecer e saber usar as novas tecnologias, mídias e formas de expressão. Porém, não se pode deixar de lado o comportamento ético, o senso moral do que é certo e errado. Faça a seguinte pergunta a você mesmo: o que estou fazendo ou pretendo fazer irá prejudicar alguém? Irá contribuir para um mundo melhor e para outras pessoas?

Precisamos usar este filtro da ética, pois vivemos em sociedade e tudo aquilo que parece bom para mim pode ser danoso para os demais. Sou totalmente a favor da expressão midiática, desde que ela contribua não somente para quem a utiliza. Se queremos um mundo melhor - e tenho certeza que todos queremos - precisamos pensar nas consequências e não somente nos louros da fama. Fama a qualquer preço custa caro.

Você se considera um profissional 2.0? Utiliza de forma competente as mídias disponíveis? Opine, critique, comente. Participe!

RogerioMartins é Psicólogo, Professor, Palestrante, Escritor e um profissional 2.0, com certeza.
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