25 de março de 2015

Por que tantos gestores falham?


Em pleno século XXI, com tanta tecnologia, acesso a informação e troca de experiências contínuas, ainda vemos uma quantidade enorme de gestores que falham frente a condução de suas equipes, frente aos resultados da organização e também na forma de atuar como um todo. Por que será?

Não faltam cursos, livros, palestras, artigos, informações sobre como se tornar um gestor melhor. Eu já escrevi aqui diversos artigos a respeito, tratando de modo diferenciado como um gestor pode aprimorar seu papel de liderança. Ainda assim, mesmo como toda esta gama de informações, muitos gestores falham. E não são falhas simples, passíveis de correção imediata. São falhas complexas, que fazem as organizações perder talentos, produtividade, mercado, dinheiro...

O CASO DOS QUATRO GESTORES

Certa vez fui contratado para desenvolver um trabalho de aperfeiçoamento de lideranças para uma empresa de médio porte no segmento metalúrgico. Após conhecer a empresa e os quatro gestores que seriam o foco inicial do meu trabalho, estruturei e apresentei ao meu cliente o modelo de trabalho que pretendia aplicar. Neste modelo, à época, mesclava ações de coaching individual (com exercícios bem definidos e personalizados), além de atividades em grupo. Complementei com algumas técnicas de Psicodrama e questionários. Durante a condução dos trabalhos percebi uma forte e rápida evolução em dois dos participantes. Porém, os outros dois não apresentavam a mesma evolução.

Todo o trabalho foi pensado e aplicado de forma a respeitar as individualidades, bem como a integração dos quatro participantes. Porém, ainda assim o desenvolvimento foi bastante desigual. Certamente fiz ajustes de percurso e ao final do processo houve uma significativa evolução de três membros do grupo. O quarto elemento também teve progresso, mas não acompanhou o ritmo dos seus colegas. O curioso é que este quarto membro era, inicialmente, o gestor mais aberto, mais comunicativo, mais expansivo e a medida que o trabalhou foi evoluindo e todos tiveram que se expor de forma mais profunda ele permanecia no superficial.

Como já citei, fiz ajustes no percurso para buscar a melhor forma de envolver todos e chegar ao final com um resultado bastante próximo entre todos. Porém, aí entra a resposta da minha pergunta inicial: por que tantos gestores falham? Após este caso e tantos outros que já acompanhei em minha carreira como Consultor, Palestrante e Instrutor de Treinamentos por todo o Brasil, concluo que o grande fator está na dificuldade de permitir-se mudar.

PERMITA-SE MUDAR

A resposta parece simplória, mas é muito mais ampla. Quando afirmo que o motivo das falhas nos gestores está na dificuldade de permitir-se mudar estendo para o auto-conhecimento, o auto-desenvolvimento, o aprendizado contínuo, sair da zona de conforto, aprender a lidar com os erros, espiritualizar-se e conhecer e aplicar técnicas de gestão de pessoas.

Portanto, não é um simples mudar. É um complexo MUDAR. Alterar paradigmas. Transformar pensamentos e atitudes. Descobrir que há novas formas de gerir pessoas e a própria vida. Voltando ao caso dos quatro gestores, o quarto elemento que acabou destoando do grupo tinha uma dificuldade enorme de lidar com as outras pessoas, sempre agia de maneira superficial, querendo agradar a todos e não se colocando verdadeiramente no papel de líder.

O líder eficaz é aquele que mescla comportamentos conforme cada situação. Há momento de cobrar, de apontar os erros da equipe, mas há outros onde o reconhecimento sincero é uma poderosa arma de motivação. Quando se age de modo único (tentando agradar ou somente cobrando) os resultados são desastrosos. Pela minha experiência é o que mais vejo: gestores comprometidos com os resultados da empresa ou dos funcionários.

Equilibrar estes dois aspectos - interesses da empresa e dos funcionários - é um exercício de mudança de comportamento. Não é uma ciência exata, mas subjetiva. Cheia de alterações. Repleta de nuances. Por isso a grande dificuldade de gerenciar pessoas. O mais fácil é gerenciar processos, cobrar resultados, atender as expectativas dos resultados da empresa. No final todos acabam prejudicados. Não ganha a empresa, pois este estilo de gestão afasta os talentos. Não ganha o funcionário, pois vive sob um clima de pressão contínua, sem estímulos e reconhecimento. Não ganha o gestor, pois não consegue efetivamente lidar com a situação e, em muitos casos, acaba sendo demitido ou desmoralizado.

A SOLUÇÃO DE TODOS OS SEUS PROBLEMAS

Portanto, só há uma solução (pretensioso isso, não é?): uma grande reforma íntima. Faz-se necessário que o gestor compreenda que seu futuro está totalmente atrelado ao seu desenvolvimento como pessoa. Não adianta ter conhecimento técnico se não houver um comportamento adequado de liderança. Não adianta dominar o processo de trabalho, se não conhecer profundamente a si próprio e como funciona o comportamento humano.

Mas como fazer? Nem simples, nem rápido. Como Psicólogo e estudioso do comportamento
humano, tenho certeza que este processo deve ser acompanhado de um profissional especializado. Um profissional que atue na área do trabalho, seja um coach ou um consultor de empresas com formação em comportamento humano. A leitura especializada complementa. A participação em eventos como cursos, workshops e palestras também tem seu valor. Enfim, não é um processo único. Porém, tudo isso só terá efeito se a pessoa realmente estiver disposta a se aprofundar em si mesma. Por isso que afirmo que é um processo lento. Inicialmente até doloroso, pois muitas falhas serão identificadas e a maioria das pessoas não lida bem com isso. Com o passar do tempo, este incômodo muda para um processo de realização, pois os resultados aparecem.

Contudo, este processo, depois de iniciado, não tem mais fim. Deve ser para a vida toda. A medida que vai tornando-se prazeroso ele também torna-se natural. A evolução é contínua e, certamente, que algumas falhas ainda existirão, mas a capacidade de identificar e lidar com elas será muito mais rápida e efetiva.

Se quiser saber ainda um pouco mais sobre tudo isso é só entrar em contato, pois realizo trabalhos individuais e também para grupos. O importante é compreender que cada vez mais o mercado profissional vai exigir de cada um de nós o melhor que podemos oferecer. Temos que nos preparar continuamente para este novo modelo de gestão, mais participativo, mais efetivo e que gera mais resultados, com o mínimo de falhas.

Rogerio Martins é Psicólogo, Palestrante, Escritor e Professor Universitário. Atua com programas de Desenvolvimento de Lideranças e Coaching Profissional desde o ano 2.000.

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