26 de maio de 2015

Porque fofocamos e como isso influencia nosso trabalho?


Quem nunca foi alvo de uma fofoca, ou agente dela? A fofoca faz parte da vida cotidiana há muito tempo. Hoje em dia com o crescimento das redes sociais a fofoca tomou proporções ainda maiores, inclusive no mundo corporativo. O problema é que isto acaba prejudicando a produtividade e a motivação dos trabalhadores, tanto para quem é alvo ou agente da fofoca.

Já escrevi sobre este assunto no artigo "5 dicas para lidar com a fofoca no trabalho", além de outros textos que indico logo abaixo. Porém, ao pesquisar mais sobre o assunto, encontrei esta reportagem da revista Super Interessante que transcrevo abaixo e é - de verdade - super interessante para refletir sobre o tema e realizar uma autocrítica. Veja, analise seu comportamento e deixe seu comentário.


PORQUE FOFOCAMOS E COMO ISSO INFLUENCIA NOSSO TRABALHO?

O fato de fofocarmos não gera um conforto nem mesmo nas redes sociais, onde são condenadas fortemente e diga-se de passagem que ser chamado de fofoqueiro é uma grande ofensa para qualquer um.

Quando ouvimos duas ou mais pessoas fofocando, vamos ser sinceros e admitir que é MUITO difícil não prestar atenção. Mas antes que você se sinta culpado pelo tal relato da vida alheia, saiba que há uma explicação científica para tal ação.

A Universidade de Northeastern, em Boston, realizou um estudo e descobriu não só que o nosso subconsciente valoriza a fofoca, como nossa mente e nossos olhos prestam atenção particular quando estão em jogo informações negativas.

O EXPERIMENTO

O experimento/estudo funcionou assim: primeiro, os voluntários viram fotos de algumas pessoas, e receberam uma informação sobre elas. A informação podia ser positiva, negativa ou neutra, e o assunto podia ser social ou não. Por exemplo, “ele jogou uma cadeira em seu colega de classe” seria uma declaração social negativa, enquanto que “ela desenhou as cortinas da sala” seria uma informação neutra e não social (não trata de algo que ela tenha feito com outra pessoa).

Depois, os pesquisadores mostraram duas imagens simultaneamente aos voluntários usando um estereoscópio, sendo que cada olho via uma imagem diferente. Enquanto um via a foto de um objeto, ao outro era mostrado o rosto de uma dessas pessoas. Então, eles precisavam dizer qual delas estavam vendo e por quanto tempo. Quando cada olho vê uma imagem, ocorre a chamada rivalidade binocular e o cérebro acaba precisando alternar entre as duas ao decidir em qual vai prestar mais atenção e qual irá ignorar.

Um grupo de pesquisadores, liderado pela neurologista Lisa Feldman-Barrett, descobriu que os voluntários viam por mais tempo a imagem de pessoas de quem tinham ouvido fofocas sociais negativas. O mesmo não ocorreu quando eram mostradas imagens de quem estava associado a uma informação positiva ou neutra. Nem quando se tratava de uma informação negativa, mas não de natureza social como por exemplo “ele teve que fazer um tratamento de canal”.

Isso levou os pesquisadores a acreditar que a fofoca social negativa pode desencadear algum tipo de mecanismo de proteção dentro de nós. Nosso cérebro está sempre procurando informações que possam ajudar a nos proteger de indivíduos potencialmente perigosos que poderiam nos prejudicar no futuro. Quando nos concentramos mais no rosto de uma pessoa que sabemos ser má, nosso cérebro pode estar tentando estudar e reunir mais informações e se colocando em alerta para que nos lembremos de ter cuidado com ela no futuro. 

Fonte: Revista Super Interessante



Rogerio Martins é Psicólogo, Palestrante, Escritor e Professor Universitário. Siga @rogermar no Twitter e venha curtir a página do Facebook.

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