21 de março de 2011

Você tem medo de liderar?

Palestrante Motivacional Rogerio Martins
Você tem medo de ocupar uma posição de liderança em sua empresa ou grupo que participa? Já foi convidado para exercer um cargo de liderança e ficou com medo? O que para alguns é motivo de ascensão profissional, para outros é motivo de pavor. O fato é que poucas pessoas sentem-se a vontade para assumir uma posição de liderança. Esta afirmação é resultado de pesquisa realizada pela Persona Consultoria e Eventos com funcionários de doze empresas.

Para saber o grau de segurança e interesse para assumir uma posição de gestão de pessoas realizamos três perguntas a um grupo de 36 pessoas, que ainda não atuam em cargos de chefia e liderança. As perguntas aplicadas foram: Você tem medo de assumir cargos de chefia?; Sente-se confortável com a perspectiva que, para crescer na empresa, precisará gerenciar o trabalho de outras pessoas?; Qual a motivação mais relevante para assumir um cargo de chefia?

A Pesquisa: Você tem medo de liderar?

As entrevistas foram feitas em empresas da área de comércio, serviços e indústria, dividindo-se a saber:
. 30% comercial (lojas varejo consumidor final)
. 40% serviços (prestadores de serviço em internet, beleza e educação)
. 30% indústria (produção em metalurgia e partes automotivas)

Como resultado obtivemos as seguintes informações:
Pergunta 1Você tem medo de assumir cargos de chefia?
Total de respostas: 36 – 100%
Respostas positivas: 22 – 61%
Respostas negativas: 14 – 39%

Pergunta 2 - Sente-se confortável com a perspectiva que, para crescer na empresa, precisará gerenciar o trabalho de outras pessoas?
Total de respostas: 36 – 100%
Respostas positivas: 8 – 22%
Respostas negativas: 28 – 78%

Pergunta 3 - Qual a motivação mais relevante para assumir um cargo de chefia?
Total de respostas: 36 – 100%
Aumento de salário – 9 – 25%
Sentimento de reconhecimento da empresa – 5 – 14%
Segurança e estabilidade na empresa – 5 – 14%
O fato de poder gerenciar os outros – 2 – 5%
O fato da empresa exigir isso de mim – 3 – 8%
Meu sentimento de crescimento profissional – 12 – 34%



Conclusões
Palestrante Rogerio MartinsDiante deste resultado é possível concluir que há desconforto por parte de colaboradores nas empresas entrevistadas quanto a possibilidade de assumirem cargos de chefia; no entanto, o motivador mais forte para aceitar o cargo, em primeiro lugar, é o sentimento de progresso profissional mais do que eventuais aumentos em remuneração, resposta que atingiu o segundo lugar na pesquisa. Em terceiro lugar as respostas "Sentimento de Reconhecimento da Empresa" e "Segurança e Estabilidade na Empresa" empataram, o que pode apontar a necessidade de fatores motivacionais mais relacionados ao reconhecimento, prestígio como Abraham Maslow apontou também em seus estudos sobre motivação humana no trabalho, nas décadas de 50 e 60.

Leitura complementar: O Princípio da Motivação

Um dos fatores apresentados pelos entrevistados em declaração explicativa da alternativa escolhida era o sentimento de despreparo para uma função de chefia. Cada vez mais torna-se evidente a necessidade de preparo comportamental das atuais lideranças e, principalmente, das futuras. Profissionais que ocupam posições de chefia sem nunca ter participado de um treinamento sobre liderança, comportamento, relações humanas, feedback, comunicação assertiva, motivação e outros temas fundamentais para o exercício da liderança, acabam afetando negativamente o clima organizacional e a moral da equipe, que consequentemente interferem na produtividade e qualidade dos serviços, processos e atividades do cotidiano.

Outro fator apontado é o receio da perda do coleguismo por estar em posição superior hierárquica. Resultado também do despreparo emocional para ocupar uma posição onde terá que tomar decisões que interferem nas relações já criadas. Aqueles que não estão devidamente preparados podem incorrer em duas posturas radicais extremamente nocivas: tornar-se um tirano, cobrando e exigindo além do necessário; ou um chefe "banana", bonzinho ao extremo para agradar a equipe. Ambos comportamentos são reativos e prejudiciais ao profissional e a equipe. A melhor forma de lidar com isso é um trabalho de coach de liderança, onde o profissional será avaliado, orientado e acompanhado para gerir a equipe e, principalmente, saber lidar melhor com os diversos desafios inerentes a atividade de liderança.

Houve também respostas que apontavam que o colaborador receava abrir mão do trabalho que já é rotineiro para uma função que seria mais administrativa do que operacional. Neste caso há uma grande chance de frustração, pois a função de liderança requer muito mais do que uma postura administrativa.

E você, como se vê diante destas perguntas e conclusões? Sabemos hoje que a liderança é uma atividade que pode ser desenvolvida. Para isso é necessário tempo e contínuo aperfeiçoamento através de leituras, cursos sobre gestão de pessoas, troca de experiências, coach individual, mas principalmente o desejo de liderar, assumindo os riscos desta atividade. As pessoas mudaram e a forma de gerencia-las também. As experiências passadas não garantem mais o sucesso presente, muito menos o futuro. É fundamental investir no preparo pessoal. Portanto, faça uma análise pessoal para saber se realmente você tem motivação para atuar como um verdadeiro líder.

Rogerio Martins é Psicólogo, Professor, Palestrante e Escritor. Siga @rogermar no Twitter, @martins_rogerio no Instagram e venha curtir a página do Facebook.

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4 comentários :

  1. Rogerio, adorei o texto. Vejo isso acontecer na empresa onde trabalho, pois tem alguns profissionais que foram colocados em cargo de chefia, mas acabam agindo como você escreveu: tirano ou bonzinho. Parabéns pelo ótimo trabalho que realiza.

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  2. Interessante pesquisa que retrata exatamente o que eu também vejo acontecer com pessoas que eu conheço.
    Tem muita gente sem preparo para ter cargo de gerente. Espero que elas leiam seu artigo para que possam melhorar.
    Eu mesma vou passar para algumas pessoas que precisam ler isso e mudar com urgência.
    Chega de gente desqualificada em cargo de gerencia.
    Valeu!

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  3. Beto e Janaina, a coisa é bem séria, pois reflete-se também nos cursos que ministro, onde os dados da pesquisa são confirmados pelos participantes. A solução passa pelo treinamento, mas não somente.

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  4. Quando ví seu comentário em meu blog, fiquei realmente intrigado e, hoje, lendo este texto vi que você como palestrante percebe que "profissionais que ocupam posições de chefia sem nunca ter particpado de um treinamento sobre liderança, comportamento, relações humanas, feedback, comunicação assertiva, motivação e outros temas fundamentais para o exercício da liderança, acabam afetando negativamente o clima organizacional e a moral da equipe" é é exatamente o que acontece nas empresas.

    Por quanto tempo isso ainda vai durar? Sei que este tipo de profissional vai entrar em extinção, mas vejo isso tão longe de acontecer!!! Hoje, não aceito mais nenhum tipo de cargo se não for como gerente ou supervisor.

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